segunda-feira

Acerca da exposição

As imagens são o que são; as palavras também. A poesia, a pintura, a fotografia partem ou acabam de/em emoções. À partida são os sentimentos ou eventualmente um estado de inquietude que desencadeiam a obra, o percurso apela necessariamente ao conhecimento plástico à atitude estética, o ponto de chegada na maioria das vezes permanece como uma miragem, não por ser irreal pois é sentido e constatado, mas principalmente por ser provisório. È no entretanto, no momento contemplativo, que acontece a poesia, ela própria muitas vezes já em curso ou pelo menos latente. A expressão concretiza-se pelo texto, o texto estreita-se no contexto imagético ao mesmo tempo que dele faz parte integrante ou por vezes preservando a sua exterioridade como se de um acetato sobreposto se tratasse.

O espaço comunicacional contemporâneo é multifacetado, com uma esmagadora predominância de imagens e texto em movimento, imagens que narram e texto que ilustra e vice-versa. Na procura de novos significantes, recorrendo a ritmos novos, cadências aceleradas, deliberadamente efémeras, as manifestações artísticas actuais, no espaço público hiper mediático ganham uma nova presença quando se deixam parar e expor à contemplação. Ao assumir esta atitude pretende-se, num movimento de síntese, sublinhar uma espantosa contemporaneidade que uma vez captada na tela (ou no papel) nos dá espaço/tempo para a reflexão. Não se trata tanto de banir o ritmo, a cadência, a dinâmica ou sequer a sonoridade; estes elementos permanecem, evidentemente como produto de síntese, em potência e mutuamente potenciados pela palavra impressa, pela imagem e pela palavra-imagem.

Nota crítica de Paulo Lucas


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